terça-feira, 29 de junho de 2010

Primeiro, não queremos perder





É lógico não querer perder.


Não deveríamos ter de perder nada:


Nem saúde, nem afetos, nem pessoas amadas.


Mas a realidade é outra:


Experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas.






Segundo:


Perder dói mesmo.


Não há como não sofrer.


É tolice dizer não sofra, não chore.


A dor é importante.


O luto também.






Terceiro:


Precisamos de recursos internos para enfrentar a tragédia e a dor.


A força decisiva terá que vir de nós, de onde foi depositada a nossa bagagem.


Lidar com a perda vai depender do que encontrarmos ali.






A tragédia faz emergir forças inimagináveis em algumas pessoas.


Por mais devorador que seja, o mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer.






Quando é hora de sofrer não temos de pedir licença para sentir, e esgotar, a dor.


O luto é necessário, ou a dor ficará soterrada, seu fogo queimando nossas últimas reservas de vitalidade e fechando todas as saídas.






Aprendi que a melhor homenagem que posso fazer a quem se foi é viver como ele gostaria que eu vivesse: bem, integralmente, saudavelmente, com alegrias possíveis e projetos até impossíveis.






Lya Luft

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